Empresariado e ditadura: a “diplomacia privada empresarial” nas relações exteriores entre Brasil e Estados Unidos (1974-1979)

Arquivo indisponível

Aluno-pesquisador: 

Maryana Cassemiro Lopes

Orientador: 

  • Professora Martina Spohr Gonçalves

Ano: 

2024

Escola: 

  • CPDOC - Escola de Ciências Sociais

Este estudo tem como objetivo aprofundar a compreensão do papel desempenhado pelo empresariado nas relações exteriores entre Estados Unidos e Brasil durante o governo de Ernesto Geisel (1974-1979), no contexto da ditadura empresarial-militar brasileira. O foco principal é examinar as relações entre a "diplomacia privada empresarial" e a diplomacia formal, destacando como essas interações influenciaram e promoveram os interesses das empresas privadas de capital nacional e de capital estrangeiro por meio das estruturas estatais formais e das organizações da sociedade civil. O empresariado, especialmente os representantes do capital estrangeiro, desempenhou um papel fundamental no golpe empresarial-militar de 1964. Esse protagonismo se manteve ao longo do regime, permitindo que implementassem efetivamente seu projeto político em colaboração com os militares. Ao analisar a relação entre o empresariado e a política externa dos Estados Unidos para o Brasil, este estudo revela a existência de uma "diplomacia privada empresarial", na qual os interesses econômicos e políticos das empresas privadas, tanto nacionais quanto estrangeiras, exerceram influência significativa nas decisões tomadas pelos governos brasileiro e norte-americano. Ao utilizar as estruturas estatais formais e as organizações da sociedade civil como intermediárias, o empresariado conseguiu promover seus interesses no âmbito da política externa. Essa dinâmica ressaltou a estreita relação entre o poder econômico e o poder político, além de ilustrar como as empresas privadas conseguiram moldar a política externa dos Estados Unidos para o Brasil, visando garantir a proteção e a expansão de seus interesses comerciais no país.